Papa: do verdadeiro encontro com Jesus nunca se esquece
Jackson Erpen – Vatican News
“No início há um encontro, aliás, há o encontro com Jesus, que nos fala do Pai, nos faz conhecer o seu amor. E assim também em nós surge espontaneamente o desejo de comunicá-lo às pessoas que amamos: “Encontrei o Amor”, “Encontrei o sentido da minha vida”. Em uma palavra: “Encontrei Deus!”
O projeto de Deus para cada um de nós é sempre um plano de amor. E ao seu chamado, devemos responder com amor, no serviço a Deus e aos irmãos.
Inspirado no Evangelho de João – que apresenta o encontro de Jesus com seus primeiros discípulos – o Papa também convidou a recordamos do momento do encontro derradeiro que tivemos com o Senhor, “para que a recordação daquele momento nos renove sempre no encontro com Jesus”.“Todo encontro autêntico com Jesus fica na memória viva”.
Em resposta às perguntas que começaram a lhe ser dirigidas, cheias de curiosidade, Jesus não apresenta “um cartão de visitas”, mas os convida para um encontro: “Vinde e vede!” “Os dois o seguem e naquela tarde permanecem com Ele”:
Não é difícil imaginá-los ali sentados, fazendo perguntas a ele e, sobretudo, ouvindo-o, sentindo que seus corações se aquecem sempre mais, enquanto o Mestre fala. Eles sentem a beleza das palavras que correspondem à sua maior esperança. E de repente descobrem que, à medida que escurece à sua volta, explode neles, em seus corações, uma luz que somente Deus pode dar.
Do verdadeiro encontro com Jesus não se esquece nunca
Francisco chama então a atenção para a hora precisa deste encontro descrita por João:
Uma coisa que chama a atenção: um deles, sessenta anos depois, ou talvez mais, escreveu no Evangelho – “era por volta das quatro da tarde” – escreveu a hora. E isso é algo que nos faz pensar: todo encontro autêntico com Jesus fica na memória viva, nunca é esquecido. Você se esquece de tantos encontros, mas o encontro com Jesus verdadeiro permanece sempre. E tantos anos depois eles se recordavam também da hora, não puderam esquecer aquele encontro tão feliz, tão pleno, que havia mudado a vida.
Cada encontro com Jesus é um chamado de amor
E quando eles saem e voltam para seus irmãos – continua explicando o Papa – “essa alegria, essa luz transborda de seus corações como um rio caudaloso”.
Então, um dos dois, André, diz a seu irmão Simão – a quem Jesus chamará Pedro quando o encontrar-: “Encontramos o Messias”. Estavam certos que Jesus era o Messias:
Detenhamo-nos por um momento nesta experiência do encontro com Cristo que chama a estar com Ele. Cada chamado de Deus é uma iniciativa do seu amor. É sempre Ele que toma a iniciativa. Ele te chama. Deus chama à vida, chama à fé e chama a um estado particular de vida: “Eu te quero aqui”.
O primeiro chamado de Deus – explica Francisco – “é para a vida, com a qual nos constitui como pessoas; é um chamado individual, porque Deus não faz as coisas em série”.
Projeto de Deus é sempre um plano de amor
Depois – acrescenta – “Deus nos chama à fé e para fazer parte da sua família, como filhos de Deus. Por fim, Deus nos chama a um estado particular de vida: a doar-nos no caminho do matrimônio, no do sacerdócio ou na vida consagrada:
São formas diferentes de realizar o projeto de Deus, aquele que Ele tem para cada um de nós, que é sempre um plano de amor. Mas Deus chama sempre. E a maior alegria para cada crente (para cada fiel) é responder a este chamado, oferecer-se inteiramente ao serviço de Deus e dos irmãos.
Mas diante deste chamado do Senhor – observa o Pontífice – que nos chega “de mil maneiras”, mesmo “por meio de pessoas, acontecimentos felizes e tristes, às vezes a nossa atitude pode ser de rejeição – “Não…“tenho medo”… Recuso porque nos parece em contraste com as nossas aspirações; e também o medo, porque o consideramos muito exigente e incômodo: “Oh, não conseguirei, melhor não, melhor uma vida mais tranquila. Deus lá e eu aqui”:
O desejo do anúncio que brota do encontro com Jesus
Mas o chamado de Deus é amor. Devemos procurar encontrar o amor que está por trás de cada chamado, e se responde a ele somente com o amor. Esta é a linguagem: da resposta a um chamado que vem do amor, somente o amor. No início há um encontro, aliás, há o encontro com Jesus, que nos fala do Pai, nos faz conhecer o seu amor. E assim também em nós surge espontaneamente o desejo de comunicá-lo às pessoas que amamos: “Encontrei o Amor”, “encontrei o Messias”, “encontrei Jesus”, “encontrei o sentido da minha vida”. Em uma palavra: “Encontrei Deus”.
Que a Virgem Maria – foi o pedido do Papa ao concluir – nos ajude a fazer da nossa vida um hino de louvor a Deus, em resposta ao seu chamado e no cumprimento humilde e alegre da sua vontade. E acrescenta:
Mas recordemos isso: (para) cada um de nós, na sua vida, (houve) um momento em que Deus se fez presente com mais força, com um chamado. Recordemo-lo. Voltemos àquele momento, para que a memória daquele momento nos renove sempre no encontro com Jesus.
Fonte: Site https://www.vaticannews.va/